Estreei hoje o jogo solo Friday, de Friedemann Friese.
Belo jogo. Muito bem bolado.
Para quem gosta de criar jogos, considero que desenvolver um solitaire é uma prova de fogo. Você não pode contar com a possibilidade de os jogadores "se equilibrarem", e precisa criar uma mecânica sólida: um errinho para um lado e o jogo fica bem fácil, um errinho para o outro e fica impossível.
Joguei 2 partidas. A primeira para tatear as regras: morri, mas deu para ter uma certa ideia do jogo. Na segunda, ganhei, mas foi com grande esforço — e estava somente no Nível 1. Existem 4 níveis.
A mecânica de deck building oferece mesmo incríveis possibilidades.
No Friday, você começa com um deck fraco. Vai enfrentando perigos, que são cartas que você pode colocar no seu deck para melhorá-lo. Se vence o perigo, ganha a carta e melhora o deck. Se é derrotado, perde alguns pontos de vida, mas em compensação consegue se livrar de cartas ruins.
Faz parte do jogo você dosar isso, às vezes perdendo de propósito um perigo. A cada vez que seu deck circula, entra uma nova carta ruim nele, é o "envelhecimento" do Robinson.
A primeira coisa que aprendi é que não adianta você querer se livrar demais das cartas fracas iniciais, isso fará um envelhecimento mais rápido. As cartas também têm poderes especiais, tudo bem encaixadinho.
Depois de passar por três fases de dificuldade cada vez maior para pegar as cartas boas, chega a hora de enfrentar os piratas. Se tudo deu certo, seu deck deverá estar pronto para este último desafio. Existem 10 cartas de piratas diferentes, e no início do jogo você sorteia duas. Assim, precisa tentar formar seu deck se baseando nos tipos de piratas que enfrentará.
Para completar, deve ser o jogo mais "elegante" do Friese, que costuma ser cheio de exceções e senões... até mesmo o seu Famiglia tinha umas soluções meio tortinhas. Em Friday é tudo bem ajustado.
O sistema de pontuação também é muito bem bolado, e oferece um registro de seu desempenho.
No BGG, considerando os jogos exclusivos para 1 pessoa, Friday já é o 2.o melhor rankeado, atrás apenas do clássico de guerra "Ambush!", de 1983. Mas em breve este também deverá ser superado.
Pena que sirva somente para jogar quando se está sozinho em casa!
(fonte)
Paulo Santoro é um amante de jogos de tabuleiro e criador do jogo Deterrence. Também mantém o blog Jogólatras. |
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