Por Daniel Martinez
Depois de um post meu na BG-BR com um rant sobre o jogo OVNI e a péssima qualidade de seus componentes, fui contactado pela Vanessa da Funbox para escrever para o blog da loja. Confesso que fiquei surpreso pois nunca tinha pensado nisso.
Convite aceito, peço licença para um curto parágrafo sobre mim: jogo boardgames desde 2009, migrei do cardgame Vampire: The Eternal Struggle que ainda acho até hoje o melhor CCG MULTIPLAYER colecionável já publicado. Jogo ao menos uma vez por semana e sou muito suscetível a lançamentos de jogos (vulgo viciado). Acabo comprando muita coisa e vendendo quando não me agradam (coleção ->user BGG: dragos_br).
Nos mini reviews vou tentar ser o mais direto e suscinto possível, abordando a minha reação bem como a dos demais jogadores mas sem me aprofundar demais no detalhamento técnico dos jogos. Deixarei os detalhes mais técnicos do jogo para o BGG e outros tantos reviewers mais experientes que eu. Acho que isso poderá logo de cara e de maneira rápida definir se um determinado jogo serve para o seu grupo ou não. Não vou maneirar no “estrangeirismo”, muitos termos são comuns ao hobby e não pretendo traduzir muita coisa que é lugar comum.
Sem mais delongas, vamos ao nosso primeiro review: o jogo Asgard da What’s your game?
Ivo viu o Asgard?
Sim, viu e gostou muito. O Asgard é um jogo que teve pouquíssimo hype esse ano e que comprei por impulso, andando pelos corredores de Essen. Tem uma arte mediana e componentes de boa qualidade, padrão euro sem muita frescura. Eu diria que apesar do tema paracer forte para quem vê (deuses nórdicos quebrando o pau), o jogo é semi-abstrato. O objetivo é o padrão de busca por VPs, apoiando deuses em combates ao longo do jogo e preparando o terreno para o grande combate final, o “Ragnarok”.
A mecânica central é a seleção simultânea de ações, que lembra um pouco a do Dungeon Lords: quem chega primeiro pega o que é melhor. Entretanto, ao contrário do DL, existe uma ação “genérica” – a visita a Asgard, que vc pode escolher quando não sobrar uma boa colocação e que você vai eventualmente ter de fazer. São cinco rodadas de jogo, onde através da construção de templos (set collection com pedras obtidas na seleção simultânea de ações), você apoiará os deuses numa rodada final de combates.
Para quem gosta de Euros, a seleção simultânea de ações é um dos aspectos “sorte” do jogo que, se me perguntarem, tem também muito de dedução. O outro é durante os combates que tem tiles de valor 0 a 4 somados a cada lado de todos os eventos, simultaneamente. Apesar de aleatório, é controlável e mesmo numa eventual derrota nem tudo está perdido: vc pode usar o mesmo disco de ação para tentar um novo combate sem custo algum, no turno seguinte. O lado ruim óbvio é ficar um turno sem ganhar os vps daquele combate (acumulados ao final de cada turno).
O jogo emociona pois cerca de 50% dos pontos serão conquistados ao longo da partida (5 rodadas) e os outros 50 ao final, durante o Ragnarok. É difícil dizer antes do Ragnarok quem vencerá. A interação entre os jogadores é média durante o jogo e forte no Ragnarok (vc pode ter players apoiando o mesmo deus ou mesmo apoiando deuses em conflito direto).
A explicação de regras é um pouco longa, pelo menos uma meia hora, pois o jogo é cheio de detalhes, mas na minha humilde opinião vale muito a pena. Na prática o jogo demora de uma hora e meia a duas com 4 jogadores (jogam de 2 a 4). Como só joguei 3 vezes ainda é difícil opinar sobre o replayability. Posso dizer que neste momento jogaria de novo sem pensar, mas pode ser que depois de mais algumas partidas ele seja aquele jogo bom, mas que vê mesa uma vez por ano pois não tem nenhuma variabilidade no setup inicial.
Veredicto final: divertido, inteligente, complexidade alta, agradou todo mundo. Fica na coleção, pelo menos por enquanto.
Valeu galera, até a próxima!
Daniel Martinez
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