segunda-feira, 2 de abril de 2012

Arkham Horror

Por Evaldo Vasconcelos

Os Antigos espreitam no vazio além do tempo e espaço, rastejando por portais entre os mundos. Estes portais começaram a abrir e devem ser fechados antes que Os Antigos façam de nosso mundo seu domínio arruinado.


A obra de Lovecraft ficou um pouco esquecida durante décadas após a morte do autor e o crescimento do interesse por ela deveu-se a alguns fatos curiosos, como a publicação do “Simon Necronomicon” de Herman Slater, nos anos 1970. Outro fato relevante foi o lançamento do RPG Call of Cthulhu em 1981 pela editora Chaosium. Ele foi o primeiro RPG de terror e influenciou o surgimento de uma série de produtos, entre eles este jogo de tabuleiro. A primeira versão de Arkham Horror foi publicada pela mesma Chaosium em 1987 e fez sucesso entre os fãs do RPG, chegando a receber o Origins Awards (prêmio americano da indústria de RPG e jogos de mesa) na categoria “Best Fantasy or Science Fiction Boardgame” no ano de lançamento. Em 2005 os direitos do jogo foram adquiridos pela Fantasy Flight que reformulou as regras e deu o seu tradicional acabamento ao jogo.


Arkham Horror tem vários elementos de um RPG. Para começar, ele é cooperativo: os personagens jogam em conjunto contra o tabuleiro, no caso para impedir que um dos Grandes Antigos da obra de Lovecraft entre no nosso mundo. São nomes “familiares” como: Nyarlathotep, Azathoth, Shub-Niggurath, Yig, Itaqua, Yog-Sothoth, etc, além do próprio Cthulhu.

A ambientação do jogo é uma cidade americana da década de 1920. O tabuleiro representa Arkham, onde várias dimensões estão se conectando através dos portais. Na parte inferior do tabuleiro ficam as regiões: Perdido no Tempo & Espaço, e a Periferia e os Céus da cidade, onde podem ficar alguns monstros voadores. Pelas ruas e regiões da cidade e possível encontrar diversos locais famosos da obra lovecraftiana.


Os jogadores são investigadores que descobrem os portais que estão se abrindo pela cidade e dos quais saem criaturas de outras dimensões. O pior é que com um determinado número de portais aberto, uma criatura mais poderosa ainda, conhecida como O Antigo, invadirá Arkham, trazendo a condenação para todos.


A escolha do investigador é um dos momentos mais interessantes do jogo. Cada um deles é um estereótipo de personagens pulp e dos contos de Lovecraft. É possível jogar com: um repórter investigativo, um gangster, um professor universitário, um aventureiro (no melhor estilo Indiana Jones), entre diversos outros.

Cada jogador escolhe um personagem. Cada um deles possui um determinado número de Pontos de Sanidade (representado pelas peças azuis em forma de cérebro), Resistência (os corações) e poderes que serão úteis no jogo. Há fichas de dinheiro que podem ser usadas durante a partida para adquirir itens e as peças verdes redondas com o desenho de uma lupa que são os Clue Tokens, que são necessários para fechar os portais.

Além da ficha do personagem com suas perícias e itens iniciais há o marcador do personagem que é usado para marcar sua posição no tabuleiro. O jogo, como vários outros da Fantasy Flight, utiliza diversas cartas que representam situações a serem enfrentadas pelos jogadores durante a partida. As mais comuns são a abertura de portais e a entrada de criaturas na cidade através deles. Ao entrar em uma área com portal o jogador, além de enfrentar as criaturas que estejam lá, também podem ser sugados para a dimensão com a qual o portal está conectado.


Há cartas de eventos que são sorteadas cada vez que os investigadores exploram uma localidade e que podem significar uma vantagem, a descoberta de alguma pista, o resgate de um artefato ou o ataque de um monstro. Cartas de eventos também são tiradas quando os personagens exploram outras realidades, dimensões ou cidades perdidas.

A estratégia básica para vencer o jogo é simples: feche o maior numero de portais possíveis e impeça que os Grandes Antigos invadam Arkham. Caso isso não seja possível, você ainda pode tentar enfrentá-los, mas armas de fogo nunca foram muito eficientes contra as criaturas “que a mente humana não deveria conhecer”.

Arkham Horror é um jogo para 1 a 8 jogadores, com duração longa (cada partida dura de 2 a 4 horas). Apesar da duração o jogo, é um item praticamente obrigatório para os fãs de Cthulhu.


O jogo possui oito expansões: Curse of Dark Pharaoh (2006), Dunwich Horror (2006), The King of Yellow (2007), Kingsport Horror (2008), The Black Goat of the Woods (2008), Innsmouth Horror (2009), The Lurker at the Threshold (2010) e Miskatonic Horror (2011).

Cada uma delas acrescenta novos investigadores, monstros, missões e até mapas de regiões vizinhas a Arkham. Além das expansões há também duas coleções opcionais de miniaturas dos investigadores e dos monstros de jogo.

(fonte)

Evaldo Vasconcelos é amazonense, empresário, produtor e gestor cultural. Tem divulgado os jogos de tabuleiro importados no Brasil desde 2009 através do evento Eurogames Manaus e do blog Strategos

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