segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Análise: Firenze

Por Carlos Abrunhosa

Sinopse:


Os jogadores são construtores que trabalham para famílias abastadas de Florença construindo torres de diferentes cores e diferentes alturas para assim alcançar os pontos mais apetecíveis, só disponíveis nos andares superiores.
Como se joga:

Depois de colocar o tabuleiro no centro da mesa e de realizar todo o setup indicado no livro de regras, cada jogador recebe selos na sua cor (o número é variável em função do número de jogadores), 1 estaleiro individual (pequeno tabuleiro), 1 selo para assinalar a sua cor (que se coloca no estaleiro). Entretanto define-se quem começa a jogar. O jogador inicial recebe 2 tijolos, o jogador à sua esquerda recebe 3 tijolos, o terceiro 4 tijolos e na eventualidade de jogar um quarto jogador, esse irá receber 4 tijolos.

Na sua vez de jogar todos os jogadores podem realizar 6 ações:

Escolher carta (obrigatória);
Trocar tijolos (3 por 1) (opcional);
Construir torres (opcional);
Deitar abaixo torres abandonadas (obrigatório);
Completar Comissões (opcional);
Verificar limites.

1. Escolher carta (ação obrigatória)

O jogador tem de escolher uma carta das 6 disponíveis (face visível). Para adquirir a que está mais à esquerda não tem de pagar nada, mas à medida que for escolhendo mais à direita dessa carta irá tendo de pagar 1 tijolo extra para poder adquirir uma carta. Por exemplo, um jogador que queria comprar a 3ª carta (da esquerda para a direita) terá de pagar 2 tijolos. Os tijolos pagos são colocados nas cartas à esquerda da carta escolhida (1 tijolo por carta).

Em seguida o jogador desloca as cartas que se encontrem à direita da carta escolhida de forma a taparem o espaço deixado pela carta escolhida e repõe um nova carta no espaço mais à direita da linha de cartas, que, depois do deslocamento das cartas, irá surgir. Em seguida tira 4 tijolos do saco de pano e coloca-os sobre a nova carta.

Em função da carta escolhida o jogador irá executar a sua ação ou guardá-la na mão (a explicação de carta carta vem em anexo às regras do jogo). Há 5 tipos de cartas:


Cartas de Eventos – jogam-se imediatamente;



Cartas de Personagem – podem guardar-se na mão;



Cartas de Celebração – Guardam-se na mão o seu efeito acontece no fim do jogo;


Cartas de Edifícios – Colocam-se à frente do jogador que a adquire;


Cartas de Igreja – Colocam-se nos espaços apropriados do tabuleiro e só se retiram quando a sua missão é realizada por algum dos jogadores.


2 . Trocar tijolos (3 por 1) (opcional)

A ação seguinte é opcional, o jogador poderá trocar 3 tijolos dos seus (da sua reserva – ao lado do seu estaleiro) por 1 tijolo à sua escolha de uma das 6 cartas do tabuleiro.


3. Construir torres (opcional)

Em seguida o jogador poderá opcionalmente construir/aumentar torres no seu tabuleiro pessoal (estaleiro). Ao construir uma torre ele coloca um tijolo no seu estaleiro e/ou numa torre já em construção (iniciada em turnos anteriores).


No final da sua construção, o jogador poderá ter de pagar pelos tijolos colocados, na seguinte relação de preços:


→ 1 tijolo = 0
→ 2 tijolos = 0
→ 3 tijolos = 1
→ 4 tijolos = 3
→ 5 tijolos = 6
→ 6 tijolos = 10

O pagamento é feito em tijolos e os tijolos pagos são colocados no saco de pano.

4. Deitar abaixo torres abandonadas (obrigatório)

Depois de construir e pagar (caso se aplique) as suas construções, o jogador vai destruir as torres abandonas. Torres abandonadas são aquelas que qualquer razão não foram objeto de alteração na fase 3 e que estavam já no estaleiro quando o jogador iniciou essa fase, isto é, torres que foram construídas em turnos anteriores mas nas quais o jogador não colocou pelo menos um tijolo.

O jogador coloca metade dos tijolos da torre abandonada no saco e a outra metade fica na sua reserva (ao lado do estaleiro). Em caso de não dar número certo arredonda-se para cima, ficando o jogador sempre com a menor parte.

5. Completar Comissões (opcional)

Na fase 5 o jogador pode optar por cumprir uma comissão, isto é, trocar uma das suas torres pela colocação no tabuleiro de um selo da sua cor. A troca faz-se da seguinte forma: o jogador conta o nível da torre que deseja usar e coloca um dos seus selos na respetiva torre do tabuleiro, o selo é colocado no nível correspondente ao nível da torre construída no estaleiro. Por exemplo, um jogador escolhe trocar uma torre branca com 5 níveis (5 tijolos empilhados), logo coloca um selo dos seus no nível 5 da torre branca no tabuleiro, de seguida, coloca a sua construção branca (5 tijolos brancos) no saco de pano.

6. Verificar limites (obrigatório)

Antes de passar a vez ao jogador da sua esquerda, o jogador termina o seu turno verificando se não tem mais de 5 cartas (entre as da mão e os edifícios construídos à sua frente), nem mais de 10 tijolos na sua reserva (não se contam os tijolos que estão no estaleiro a serem usados nas torres!)

Fim do jogo

O fim do jogo acontece sempre que um jogador coloque o seu último selo. Assim que isso aconteça, esse jogador poderá ir buscar a ficha de 5 pontos que está no topo do tabuleiro (sobre as torres) e em seguida todos os outros jogadores têm um derradeiro turno.

Em seguida procedesse à contagem dos pontos da seguinte forma:

Verifica-se quem tem a maioria em cada uma das 6 torres do tabuleiro, os empates são resolvidos favorecendo o jogador que tenha o selo numa posição superior da torre, e atribuem-se os respetivos pontos de cada torre aos jogadores em maioria. Acrescentam-se ainda os pontos pelas Cartas de Celebração dos jogadores, vencendo o jogador com mais pontos!
Avaliação:

Firenze revela-se um jogo muito interessante e bastante desafiante pois a colocação inicial dos balcões e dos selos neutros (etapa do setup inicial) dão-lhe cambiantes diferentes em todas as partidas que se jogam. As ilustrações são muito boas, os materiais usados de elevada qualidade e as regras muito bem esquematizadas, facilitando bastante a sua aprendizagem.

Embora seja muito interessante jogar Firenze é possível que se sinta, a determinada altura do jogo, uma sensação de repetibilidade que se pode tornar um pouco fastidiosa se o grupo de jogadores não for o “certo”. Outro aspeto menos positivo do jogo prende-se com a sua duração, parecendo-nos que seria desejável jogá-lo em menos tempo, sobretudo nas partidas com 4 jogadores.

O jogo tem várias formas de promover a interação entre os jogadores e proporciona bons momentos de estratégia embora as decisões sejam mais ou menos óbvias. As cartas são um elemento nuclear do jogo, permitindo alterar o aspeto mais linear das decisões individuais.

Por todas estas razão Firenze é um jogo que aconselhamos vivamente a todos os amantes de eurogames.


Links:

Site da Pegasus Spiele -> AQUI

Ficha BGG -> AQUI

Jogar online -> AQUI

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(fonte e imagens)

Carlos Abrunhosa reside em Aveiro, Portugal e é professor de profissão. Adora jogos de tabuleiro e para lá do JogoEu, é organizador de eventos como o Jigajoga e o RiaCON.

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