sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cartagena – Avançar para retroceder?

Por Fabrício Kolk


Cartagena é um jogo simples e casual muito interessante. Provavelmente inspirado na “muralha de cartagena”, este jogo evoca a temática pirata em seu design.

Em cartagena temos uma mecânica de corrida, e um objetivo bem simples, porém que conta com uma peculiar inovação que muda toda a estrutura clássica. No jogo cada jogador conta com 6 piratas que precisam fugir até o barco que lhes espera. O barco encontra-se no final do mapa. A movimentação se dá com as cartas que cada jogador possui em sua mão, aonde ele deverá ir para o primeiro símbolo que seja igual a carta que ele utilizar. Como no jogo são necessárias cartas para se realizar a movimentação, o jogador naturalmente precisa comprar mais cartas. E é justamente nessa necessidade que mora o brilhantismo do jogo.


No sistema do jogo, cada jogador pode realizar apenas 3 ações, sendo que as possibilidade são apenas duas: ou andar para frente (com o uso das cartas), ou andar para trás. Para se movimentar para trás, o jogador deverá recuar até o ponto em que estiver no mínimo 1 e no máximo 2 piratas. O jogador comprará o número de cartas correspondente ao número de piratas naquela casa. Esse é o toque de gênio do jogo, pois para avançarmos precisamos de cartas, e para comprarmos cartas precisamos retroceder até um espaço que tenha piratas. Ou seja, para irmos para frente, precisamos ir para trás! O designer consegui de uma forma simples e elegante trazer uma inovação para o sistema clássico de corrida em jogos de tabuleiro.



Outro aspecto interessante de Cartagena é que o seu tabuleiro é montável. As peças são encaixadas de forma aleatória, garantindo tabuleiros diferentes em cada jogada. Cartagena nos mostra como simples mudanças em conceitos clássicos em jogos podem criar mecânicas e experiências de jogabilidade totalmente novas.

(fonte)

Fabrício Kolk trabalha com jogos educacionais, tentando modernizar e ludificar a educação. Criador do blog Ludus Lila, transita e pesquisa o universo do jogar desde os tabuleiros até os eletrônicos. Enxerga os jogos como um caminho para a transcendência.

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