Todos nós, à medida que vamos jogando com diferentes adversários, vamo-nos deparando com diversas maneiras de estar e de jogar. Através do aperfeiçoamento da análise psicossomática (tinha de conseguir utilizar esta palavra) que tenho vindo a desenvolver, aliada a um método de observação sem resultados comprovados, apresento definições, características, descrições, formas de estar, frases típicas, e outros devaneios, de alguns dos tipos de jogadores que podemos encontrar por essas mesas fora:
- O chorão: passa o jogo a queixar-se, a insinuar que o estão a tramar, que não lhe saem as cartas que ele precisa, que os dados não o estão a ajudar, que é só “abébias” para os outros e para ele nada, e o que é que têm contra ele, e …
- O distraído: – Quem é a jogar? – Sou eu?
- O especialista: conhece a preparação do seu jogo preferido (e o único que joga) de trás para a frente; já leu todos os artigos existentes sobre o jogo (e mais alguns); na realidade já sabe mais do jogo do que o próprio autor.
- O relações-públicas: Tem tendência para passar o tempo na conversa, enquanto os outros jogam e pensam na próxima jogada. Ouve vezes sem conta a frase: – ÉS TU!
- O atrapalhado: nunca sabe o que quer e o que pode fazer. – Ajudem-me!
- O indeciso: cada jogada é um martírio, existem milhares de hipóteses e ele tenta prever todas e mais alguma; “estranhamente”, quando finalmente decide jogar, percebe que a sua jogada poderá ser influenciada pelas jogadas seguintes dos adversários o que o faz com que volte atrás N vezes antes de tomar a sua decisão “final”; depois de, sem muita convicção, e com muito incentivo dos adversários, ter finalmente terminado a sua jogada, verifica que a jogada do adversário não foi de encontro ao que esperava e percebe que a sua jogada não foi a melhor. Nesse momento pergunta: – Posso voltar atrás? Ao que todos lhe respondem em coro: – NÃO!!
- O conflituoso: procura sempre uma vítima para poder passar o resto do jogo a massacrar. De preferência alguém que lhe dê resposta e que se “pique” com facilidade.
- O religioso: procura ajuda divina para cada jogada; se o resultado for diferente do desejado procurará no fundo do seu ser o porquê dos deuses não estarem com ele.
- O “secas”: pondera cada jogada como se quisesse prever todas as possibilidades demorando por isso uma eternidade, mesmo quando, a jogar o jogo do galo, tem apenas um espaço onde pode colocar a cruz. Costuma ouvir a frase, que até hoje não conseguiu entender (apesar de olhar para tudo quanto é lado), e que é algo como: – Olha o AP!”
- O desconfiado: observa bem todos os adversários antes de tomar qualquer decisão; eu próprio fui apanhado diversas vezes por estes jogadores enquanto realizava esta análise!
- O misericordioso: em vez de eliminar o adversário assegurando com isso a sua vitória, opta por uma outra jogada menos proveitosa mas que evita a eliminação precoce do mesmo.
- O fanfarrão: pode arrasar o adversário, mas em vez disso opta por uma outra jogada menos proveitosa mas que lhe assegura na mesma a vitória; desta forma consegue prolongar o sofrimento do adversário com o bônus de se poder gabar de ser misericordioso. Habitualmente passa os dias seguintes a relembrar o feito!
- O apressado: ainda o adversário não jogou e já este completou a sua jogada.
- O casual: não conhece nenhum jogo e tende a passar despercebido; é habitualmente um adversário incômodo visto que tende a fazer jogadas inesperadas, e por vezes disparatadas, que alteram frequentemente o curso normal do jogo.
- O covarde: esconde-se em cada jogada e, sempre que possível, recua.
- O aprendiz: lança os dados que lhe permitirão avançar no tabuleiro, tem dois 6’s e pergunta: – Isto é bom ou mau?
- O valentão: pergunta 3, 4, 5 vezes, as vezes que forem precisas, se o adversário quer mesmo fazer aquela jogada (que basicamente o vai “tramar” para o resto do jogo)!
- O ganancioso: não consegue evitar a tentação de poder ficar com mais, mesmo que para isso seja obrigado a ter de quebrar a paz com os seus aliados ou a ter de arriscar mais um bocado.
- O “batoteiro”: para ele, baralhar as cartas ou lançar os dados é uma arte; esta característica não costuma ser apreciada por nenhum dos adversários.
- O crítico: cada jogada do adversário não foi uma boa jogada por esta, por aquela, por outra e ainda por aqueloutra razão.
- O sortudo: – “Só” preciso de tirar três 6! Vejam: três 6!
- O azarento: Tem o jogo quase ganho; precisa apenas de obter 6 na soma dos 5 dados D6 que tem de lançar. Ops, cinco 1’s?!
- O saudosista: – Lembram-se daquele jogo de War que fizemos em 1985? Foi o melhor jogo de sempre!
- O otimista: planeia a sua estratégia toda acreditando que os adversários nunca irão atrapalhar o seu caminho.
- O político: – Se votares em mim, arranjo-te um cargo bem à maneira no meu governo!
- O “bluffer”: indiferente ao jogo que tem em “mãos” poder ser pior do que mau, isso não o preocupa ou desmotiva; a forma de estar dele é completamente enigmática e intransponível.
- O psicótico: todas as peças têm de estar devidamente ordenadas por critérios que podem ser desde a cor, tamanho, forma, valor, etc. Sempre que possível cria com as suas peças supostas obras de arte, sofrendo sempre que tem de as utilizar para colocar em jogo.
- O líder: escolhe o jogo, explica as regras, prepara o jogo, dá as cartas, alerta quem tem de jogar, dá conselhos aos adversários, às vezes até ganha o jogo, arruma o jogo.
- O desbocado: não consegue ver uma jogada boa e ficar calado;
- O troca-tintas: tanto se alia à Europa, como de seguida já defende os interesses da Ásia, como de seguida é amicíssimo da América do Sul, como por fim ataca sem dó nem piedade os interesses de um deles.
- O anfitrião: arranja o espaço, combina com os amigos, e ainda leva a cerveja e os amendoins para a mesa.
- O desbocado: não consegue ver uma jogada boa e ficar calado. (autor: Asur)
- O sabotador: gajo impaciente que quando não gosta do jogo faz tudo para o terminar rapidamente ou boicota o jogo até ser expulso.
- O imitador: faz sempre o possível por copiar as jogadas dos que o precederam. (autor: Pyrgos)
- O kamikaze: faz sempre a jogada impensável. Ou perde por uma larga margem (como todos previam) ou ganha por uma larga margem (para espanto dos outros). (autor: vch)
- O negociador: tenta colocar negociação em todos os jogos, nem que seja no mais solitaire dos jogos. (autor: vch)
- O calado: passa sempre despercebido, por isso é esquecido pelos outros nos ataques. (autor: vch)
- O inocente: pede ajuda aos outros, tenta sempre não atacar e é levado em braços para a vitória. (autor: vch)
- O brincalhão: gosta de fazer uma piramide com as suas peças, e faz um sorriso envergonhado quando esta cai. (autor: vch)
- O Desesperado: quer jogar, mas nunca encontra ninguém que o queira fazer (autor: Palanolho)
E tu? Que tipo de jogador és?
(fonte)
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