terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Entrevista com a Grow

Por Gabriel Lopes

Finalmente um post novo meu!

Desta vez, fiz uma entrevista com o gerente de marketing da Grow, Gustavo Arruda.


FunBox: Olá Gustavo, primeiro gostaria de parabenizar a Grow pelo salto de fé dado ao tentar trazer esses jogos para o Brasil, fazendo assim muitos aficionados pelo hobby felizes.

Bom às perguntas então.

O lançamento de Colonizadores de Catan no Brasil foi um presente sensacional para pessoas que precisavam trazer seus jogos de fora para poder jogar o que há de novo no mercado, muitos amigos meus compraram o jogo logo que foi lançado pela Grow (alguém até possuíam alguma versão do jogo) para ajudar o mercado nacional e com a esperança de que a Grow continue a trazer sucessos de fora para cá. Minha duvida fica no entanto com o comprador comum, a mãe de família que vai a loja de brinquedos para dar um jogo a seus filhos, ela vai obviamente atrás de algum titulo que conheça, algo que talvez já tenha jogado. É isso que vem ocorrendo, ou as pessoas tem comprado Colonizadores de Catan, mesmo sem conhecê-lo ?

Gustavo: O Colonizadores de Catan é um ótimo jogo, que em outros países alcançou sucesso também no mercado de massa.
Aqui no Brasil apostamos no jogo, mas tem sido um grande desafio para a Grow. Desde o seu lançamento ele teve uma grande repercussão. Porém, não tem sido fácil converter essa exposição que o jogo teve em vendas.

Os desafios principais que enfrentamos são:

  • Quem conhece o jogo, recomenda e compra. Mas essa base ainda é pequena.
  • Jovens e adultos, em geral, não entram em lojas de brinquedos para procurar coisas para si ou presentear amigos;
  • Dentro de lojas de brinquedos a concorrência é grande. Há sempre um “paredão” de jogos, com muitas opções. O apelo tem que vir da embalagem e do nome do jogo. Adotamos o nome e visual do jogo original, cujo apelo, para o comprador comum, é duvidoso.
  • O jogo vale o que ele custa. Mas não é um jogo barato.
O ano de 2012 será decisivo para mantermos ou não o lançamento de mais jogos modernos. Esse ano teremos uma grande divulgação do Catan, inclusive com a organização do campeonato brasileiro que selecionará o representante do Brasil no campeonato mundial. Também teremos o lançamento do Carcassonne. O sucesso de venda desses jogos é que determinará se continuaremos ou não investindo nesse segmento.

Gustavo Arruda na Spielwarenmesse International Toy Fair, na Alemanha

FunBox: O mercado nacional não está acostumado com o termo “expansões de jogos de tabuleiro”, mesmo assim existe alguma chance das expansões de Colonizadores de Catan serem produzidas pela Grow ?
Gustavo: Existe, mas só a partir do momento que tivermos uma boa base de jogos “básicos” vendidos. Estamos falando de no mínimo 2 ou 3 anos.

Alem de Carcassone, existe alguma previsão para outros jogos sendo lançados por aqui?
Na categoria de “jogos modernos”, Carcassonne será o nosso único lançamento de 2012. Temos preferido trabalhar dessa forma, lançando poucos títulos, para podermos focar nossos esforços de promoção.


FunBox: Quando vocês escolhem jogos para trazer, preferem jogos europeus ou olham também os americanos ?
Gustavo: Olhamos o mercado como um todo. Buscamos jogos que sejam sucesso de vendas, e que acreditamos poder repetir o desempenho no Brasil.

FunBox: Muitos jogos de tabuleiro são categorizados pelo seu peso(dificuldade) e se tem ou não muita sorte envolvida, qual o tipo de jogo que o mercado brasileiro mais consome ?
No Brasil, os “family games” e os “party games” dominam o mercado. Essa é a preferência do mercado de massa brasileiro. Por isso a linha de jogos da Grow e também a de outras empresas refletem esse perfil, e a maior parte dos nossos lançamentos fica dentro dessas duas categorias.


FunBox: Muito obrigado pelo seu tempo, Gustavo! E torcemos para que tanto Colonizadores de Catan quanto Carcassonne sejam sempre sucesso de vendas da Grow!

Gabriel Lopes mora em Santos e por muito tempo foi viciado em Magic: The Gathering. Há um tempo entrou de cabeça no mundo dos boardgames, e fica cada dia mais viciado. Fã de dungeon crawlers e eurogames pesados.

6 comentários:

  1. muito legal a entrevista!

    queria saber mesmo era sobre o que levou a GRow a trazer o Dungeons & Dragons (e Dragon Quest, e Dungeons!) para o Brasil.

    alguma chance de conseguir essa informação?

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  2. Opa Rafael!

    Quando encontrarmos novamente com o pessoal da Grow com certeza nos lembraremos de sua pergunta [ )]

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  3. É óbvio que segundo a pesquisa jovens e adultos, não costumam entrar em lojas de brinquedos para procurar este tipo de itens (e o sucesso deste tipo de jogos no Brasil ainda depende de recomendações de terceiros). Acredito que há sim um público vibrante que gosta de euro-games, mas geralmente desconhece a existência.

    Por que a Grow não procura estimular a criação de franquias ou eventos orientados para este público? Ainda em São Paulo são poucas as lojas especializadas (Devir, Funbox, Ludus, mais?) e geralmente são enxergadas como lojas "ultra-Geek" e de RPG para um público muito seletivo - usualmente teen.

    Eu acho que é necessário cautivar mais os adultos. Propor como diversão inteligente e geral - não só para "Geeks"

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  4. Está faltando divulgação do produto. Muita gente desconhece a existência do Catan. Tomara que esse campeonato chegue mais forte na mídia..

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    1. Também esperamos que o campeonato ajude bastante na divulgação e que realmente impulsione o sucesso do Catan no Brasil [ )]

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  5. Boa tarde Gabriel Lopes,

    tudo bom?
    Estou em processo de fazer o meu TCC e gostaria e muito de fazer sobre a empresa Grow, e queria que me passa-se seu contato para conversarmos e me ajudar, se possível e/ou me passa-se o contato do Gustavo Arruda para ver se ele pode me auxiliar.
    Agradeço desde já.
    Att, Deborah

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