terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Qual é o futuro dos board games?

Por Wagner Rodrigues

Depois de nossa matéria sobre o ePawn Arena, nosso amigo João do blog Confraria de Arton entraram em contato com a FunBox perguntando nossa opinião a respeito.


Gostaria de compartilhar com todos a nossa resposta. [ )]



Confraria de Arton: Qual a opinião de vocês sobre esta plataforma e de que forma isso poderá alterar o futuro dos boardgames?

FunBox: Olá João!


Acreditamos que esta e outras iniciativas que integram o mundo analógico com o digital será muito mais explorado no futuro. É vantajoso tanto para quem produz quanto para o consumidor final.


Do ponto de vista do consumidor, é fato que pais preferem jogos analógicos para jogarem com a família aos digitais (onde quase não há interação social entre a família). Muitas famílias procuram a FunBox dentro deste cenário.


Muitos de nossos clientes, mesmo sem jogarem com crianças, também acabam preferindo a sociabilidade ao virtual. Por exemplo, é comum as pessoas preferirem jogar Colonizadores de Catan em tabuleiro do que jogá-lo de forma digital. Principalmente quando o jogo exige trocas ou dá a oportunidade de prejudicar alguém, muitos preferem olhar nos olhos do oponente e ver sua reação.

Colonizadores de Catan, um jogo com alto grau de sociabilidade

Por outro lado, quando vemos os jogos digitais como forma de entretenimento individual, o mercado é muito forte. Se um jovem comum hoje tiver R$100,00 no bolso e tiver que escolher entre comprar o jogo de vídeo game do momento ou um jogo de tabuleiro, ele fatalmente escolherá o digital.


Vendo pelos olhos do fabricante, o amálgama dos dois mundos é muito vantajoso. Muitos títulos 100% analógicos estão sendo relançados em versão digital (Puerto Rico, Caylus, Dominion, Ticket to Ride). O fator logístico é muito simples no mundo dos downloads e sua marca/produto consegue chegar em muito mais pessoas por um custo extremamente baixo. Por outro lado, quando falamos de jogos digitais, não tem como não pensar na pirataria. Dificilmente você verá a venda um Puerto Rico pirata à venda (com preço competitivo). Porém, quem nunca viu um jogo digital pirata sendo vendido no meio das ruas que atire a primeira pedra (rsrs).

Caylus, agora em iOS.
ePawn Arena, iPad, Microsoft Surface, dentre outras plataformas tecnológicas conseguem até certo ponto colocar um grande empecilho na pirataria. Imagine que agora os componentes do jogo possam ser divididos entre o mundo digital e o analógico. Na parte digital teríamos o gerenciamento das regras, contagem de pontos, animações e gráficos impossíveis de serem replicados no tabuleiro. Só que para jogar, você precisaria do pacote analógico (com peões, miniaturas, cartas, etc) que farão o jogo digital tomar vida e ir muito além do simples vídeo game.

Vídeo sobre screenLess Arena com Mansions of Madness
O jogo digital poderá até ser livre para download, mas o consumidor precisará comprar os componentes analógicos (assim evitando a pirataria).

Assim sendo, acreditamos que os dois mundos continuarão coexistindo por muito tempo. Só que a partir de agora, a tecnologia também está proporcionando uma intersecção híbrida onde, com certeza, aparecerão muitos títulos interessantes no futuro.

Como bom mineiro, Wagner Rodrigues é viciado em pão de queijo. Respira jogos de tabuleiro, come tutu de dados com farinha de meeples no almoço e é um dos sócios da FunBox Ludolocadora, a primeira locadora de jogos de tabuleiro do país.

2 comentários:

  1. Poxa, adorei a entrevista. Explorou o contraste entre os jogos digitais e os analógicos, o que é muito pouco comentado. Acredito tbm na coexistência de ambas as plataformas evoluindo juntas, até mesmo porque a história mostra que jogos, em geral, é um segmento que nunca teve decréscimo na escala evolutiva. Sem falar que há amantes fiéis de ambos os lados, sem falar que gamer que é gamer preza tanto o digital quanto o analógico ;)

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