terça-feira, 30 de outubro de 2012

Análise: Kaispeicher

Por Carlos Abrunhosa

Sinopse:
Os objetivos de Kaispeicher são os mesmos de Die Speicherstadt com a particularidade desta expansão trazer 50 cartas novas e 25 moedas em metal verdadeiro, o que confere mais sofisticação ao jogo base. O jogo base passa a ter uma dinâmica ligeiramente diferente pois passa a haver mais um leilão.

Como se joga:
Nota prévia:

Para que a leitura do “Como se joga” se torne mais clara é importante ler a crítica ao jogo base AQUI.

O jogo tem a mesma configuração de Die Spiecherstadt com as seguintes alterações:

Aos habituais 45 cubos de bens que se colocam no saco de pano passam a juntar-se mais 9 novos materiais: 3 cubos rosa – tecido; 3 cubos cinzentos – cânhamo e 3 cubos azuis – vidro.

Os jogadores recebem 5 moedas cada um que podem ser as metálicas, que vêm com a expansão, ou as de cartão que vêm com o jogo base.

Os 2 trabalhadores cinzentos são colocados de lado para entrarem em jogo numa fase posterior do jogo. Todos os jogadores colocam um dos seus 5 trabalhadores na casa zero da grelha de pontuação, reservando para si os outros 4.

Em seguida faz-se a seriação das cartas, como se fazia no jogo base e, de acordo com o número de jogadores, retiram-se algumas cartas (como explicado no livro de regras do jogo).

Depois de todos estes procedimentos realizados os jogadores estão prontos para começar. Define-se quem começa e entrega-se-lhe a carta com o desenho da letra S, que fora colocada de parte no início. Ainda ao lado do tabuleiro ficam 2 outras cartas com a palavra BREAK. Essas cartas serão usadas mais tarde.

No seu turno cada jogador realiza as mesmas ações do jogo base, no entanto, com a inclusão da expansão, na fase 1 (Abastecimento/Supply) além das cartas que se colocam nos espaços do cais (parte inferior do tabuleiro), revelam-se ainda outras tantas cartas por baixo/cima do tabuleiro, isto é, tomando o exemplo de um jogo a 3, terão de se colocar 4 cartas no tabuleiro (3 pelo número de jogadores+1) e ainda mais 4 cartas por baixo/cima do tabuleiro num total de 8 cartas disponíveis!

Na fase 2 (Procura/Demand) os jogadores podem optar pela tradicional colocação de trabalhadores ou optar por escolher uma das cartas que estão fora do tabuleiro e reservá-la, colocando um dos seus trabalhadores em cima. Se outros jogador decidirem escolher uma carta das que estão fora do tabuleiro, deverão colocar essa sua carta por cima daquela que já lá está (sem a tapar) colocada pelo adversário anterior, e assim sucessivamente com as restantes. Tomando o exemplo anterior de um jogo a 3, poderá acontecer que se termine a fase 2 com uma coluna formada por 4 cartas.

Na fase 3 (Compra/Purchase) os jogadores compram primeiro as cartas do tabuleiro e em seguida vão resolver as que estão na coluna fora do tabuleiro (cartas que não tenham sido escolhidas descartam-se). O primeiro a decidir se compra é o jogador que está na base da coluna (o que escolheu a primeira carta de fora do tabuleiro), esse jogador tem de pagar por essa carta tantas moedas quantas cartas estejam na coluna. Retomando o exemplo anterior, em que os jogadores formaram uma coluna com 4 cartas, o jogador terá de pagar 4 moedas para poder compra a carta que reservou. O jogador seguinte já só terá de pagar 3 moedas pela sua carta e assim sucessivamente até ao último da coluna que poderá comprar a sua carta por apenas 1 moeda.

A fase 4 (Carregamento/Loading) executa-se exatamente como o jogo base, enquanto na fase 5 (Rendimento/Income) os jogadores passam a receber 2 moedas em vez de 1 (no jogo base), e no caso de não comprarem cartas passam a receber 3 moedas em vez das 2 moedas que receberiam no jogo base.

O jogo termina como no jogo base, isto é, quando for revelada a 4ª carta de incêndio.

Avaliação:
Kaispeicher é uma expansão essencial para quem tem Die Speicherstadt! O jogo base já é uma pequena pérola de Feld mas quando o jogamos com esta expansão, o jogo ganha outra dimensão tática, mais dens0 e com uma sensação ainda mais vincada de incerteza na agonizante tarefa de escolher o melhor timing para colocar os nossos escassos trabalhadores.

As 50 novas cartas ajudam de forma manifesta para trazer essa maior densidade tática de que falávamos anteriormente. O efeito “pernicioso”, que pode acontecer numa estratégia “a solo” pelos bombeiros, esbatece-se profundamente, esfumando um dos “desequilíos” do jogo base.

A emoção do jogo é exponenciada também pela disponibilidade do dobro de cartas por turno, abrindo um leque enorme de caminhos para a vitória, mas acarretando também uma necessidade permente de controlo do jogo adversário.

Todas as vantagens enunciadas anteriormente redundam no aspecto mais negativo que temos a apontar a esta expansão, que é o aumento exagerado do tempo de jogo, que passa agora para os 60/90 minutos, claramente acima do aceitável na gama de jogos em que Die Speicherstadt se insere.

O preço da expansão é um pouco exagerado na nossa opinião, pois a inclusão das moedas metálicas, embora confira uma sofisticação assinanável ao jogo, não lhe trás nada de inovador à mecânica e/ou à fluidez do conjunto. Aliás, o ideal seria mesmo encontrarmos o jogo base e a expansão incluidas no mesmo pack, mesmo que o preço subisse ligeiramente. Sugestões apenas…

Para concluir resta dizer que quem gosta de Die Speicherstadt não pode passar ao lado desta expansão, porque ela confere ao jogo base uma riqueza estratégica assinalável, transformando um jogo já de si muito bom num jogo ainda melhor. Recomendado sem hesitações!




Links:
Site da Pegasus Spiele -> AQUI

Ficha BGG -> AQUI

Comprar: Amazon.de -> AQUI

(fonte e imagens)

Carlos Abrunhosa reside em Aveiro, Portugal e é professor de profissão. Adora jogos de tabuleiro e para lá do JogoEu, é organizador de eventos como o Jigajoga e o RiaCON.

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