quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Análise: Through the Ages

Por Ricardo Stávale


Through the Ages é um jogo sobre desenvolvimento de civilizações. Cada jogador deve evoluir sua civilização e ganhar a partida através de pontos de Cultura.

Os jogadores precisam escolher entre várias opções como levar sua civilização através da Antiguidade, Idade Média, Colonialismo e Era Moderna.


Through the Ages possui 2 estilos de jogos: o Básico, o Avançado e o Full. O Básico não possui as regras de combate militar e só é jogado até a Idade Média. O Avançado possui todas as regras e opções permitidas e é jogado até o Colonialismo. E o Full possui todas as regras e opções permitidas e é jogado até a Era Moderna.



Through the Ages possui bons componentes e tabuleiro, mantendo o padrão de jogos europeus. A parte visual não é seu forte e o jogo possui força pela sua mecânica complexa e estratégica.


Há várias coisas que os jogadores podem fazer. É um dos jogos onde há mais alternativas de jogadas por turno que eu já joguei. Não é possível desenvolver tudo, e o jogador precisa se focar em alguma área: População, Ciência, Militar, Produção, Religião. Tudo isto sem abrir mão dos pontos de Cultura que são conquistados com construções, tecnologia e líderes.


O combate militar não é o foco do jogo, mas desenvolver seu exército concede bons pontos de Cultura. A Ciência não fornece pontos diretamente, mas pode ser trocada por construções ou pesquisas que concedem estes pontos.


Gostei do esquema em manter duas trilhas de Cultura e duas trilhas de Ciência. A trilha menor indica quantos pontos de Cultura ou Ciência o jogador recebe por turno. Quando uma construção fornece pontos de Cultura é a trilha menor que se move. A trilha maior é a que conta para a vitória, e o jogador recebe por turno os pontos indicados pelas trilhas menores.


As Ações Civis (pedras brancas) e Ações Militares (pedras vermelhas) dizem quantas ações e escolhas os jogadores podem fazer por turno. O jogador começa com 4 Ações Civis e 2 Ações Militares. Durante a partida, chegamos até 6 Ações Civis. Estas ações são aumentadas com edifícios, conquistas de novos territórios ou mudança do tipo de governo.


O tempo de espera entre suas jogadas é alto, já que há muitas opções para fazer no turno e poucas ações civis. Tomar decisões em qual campo atuar demora, principalmente para os jogadores mais estratégicos. Isto dá aquela sensação de querer jogar logo, pois há muita coisa a se fazer e poucas ações para isso. E quando finalmente chega sua vez, o jogador sente que não fez tudo o que tinha de fazer e terá de esperar novamente antes de ter outra chance de jogar. Angustiante...


Por turno, várias cartas de Produção, Líderes, Desenvolvimento e Grandes Maravilhas são deixadas à mostra no tabuleiro. Os jogadores podem pagar com ações civis para adquirir aquela carta que ficará com ele até o fim do jogo. Muitas opções...


Na Produção de Pedra há o fator de corrupção que atrapalha o estoque para o próximo turno. E para manter uma População feliz e trabalhando, há necessidade de uma boa produção de Comida com plantações.


Gerir a felicidade da sua população também é fator determinante para a vitória. A Religião ajuda muito manter a paz no seu povo.


Os combates são realizados através da força atual do exército, e conta com a jogada de cartas militares que são acumuladas nas rodadas. Existem Líderes e Grandes Maravilhas que influenciam a guerra.


Existe a opção de abrir cartas de Eventos que são resolvidas simultaneamente por todos os jogadores. Estas cartas de Eventos podem ser acionadas somente 1 vez por turno quando o jogador efetua uma Ação Política.


Esta partida joguei contra o Cesar e o Emerson. O Cesar explicou as regras em meia hora e acabou vencendo a partida.


Through the Ages é um excelente jogo estratégico, de duração longa, e o modo Avançado chega a 4 horas por partida. É um dos jogos mais complexos que eu já joguei e não indico para jogadores novatos. É extremamente pesado e só jogadores hardcore fãs do estilo europeu conseguirão explorar este título.

Through the Ages
Nota
 Jogabilidade
9
 Ambientação
9
 Tabuleiro
8
 Componentes
8
 Diversão
9
 Nota
8,60

(fonte e imagens)

Ricardo Stávale é caiçara de Itanhaém, arquiteto de sistemas, baixista e pai sem manual de instrução. Verdadeiro fã de jogos de tabuleiro e RPG, atualmente é responsável pelo blog Redomanet.

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